quinta-feira, 7 de março de 2013

Dia Internacional da mulher


O fazer da arte imprimiu-me um calo no dedo médio,
minhas unhas da mão se misturam com a palheta,
absorvendo a química das cores. 
Meus pés caminham por onde a vida precisa que eu vá, com ou sem calçados apropriados.
Meus olhos revezam a vigília das noites.
Não sei a medida que separa a vida e o trabalho.
Uso a água dos legumes para regar as plantas e elas florescem.
Não encarcerei pássaros, mas cuido de levar água fresca e comida boa aos argapones que comigo vieram morar.
Perdi a calma de me equilibrar sobre um salto e da maquiagem, só uso o batom.
Não sei como foi que aprendi que o tempo é hoje, então o meu amanhã é benção.
Prezo os que carregam a doce sinceridade na ponta dos olhos e da língua.
Gosto mais de conviver entre os rascunhos e croquis, mas sigo com benevolência ao lado do produto final.
Não sei ser uma mulher que escolhe a cara do dia, a roupa da moda, o discurso oportuno. 
E entre uma vida mansa e previsível, fico com o risco.